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domingo, 27 de fevereiro de 2011

Tudo ia indo muito bem dentro do Jalapão...

Pois é, meus amigos, estava tudo belezinha. Chegamos em Mateiros por volta das 17:00 depois de uma belo banho na Cachoeira da Formiga e depois no Fervedouro.  Cidade bem mais agradável e mais "atualizada" que São Félix do Tocantins, Existem várias pousadas, algumas novinhas, inclusive com conexão wi-fi. Tiramos algumas fotos da Cidade para mostrar.



Logo que chegamos conseguimos uma bela pousada para permanecermos, pois era nosso programa, já no dia seguinte seguir até as Dunas e depois a famosa Cachoeira da Velha. Assim que nos instalamos na pousada, o dono, um rapaz muito simpático chamado Tiago, nos informou que por muito pouco não cruzamos com uns ladrões. Como? Ladrões? No Jalapão? Não seria possível! Nós que saímos da cidade grande para fugir de barulho, trânsito e violência, haveríamos de achar logo aqui no nosso “Jalapa”? É muito azar mesmo!
Isso mesmo! Acontece que houve um assalto (saiu até na Rede Globo, no Jornal Hoje) no dia 08/02/11 a uma agência do Banco do Brasil, na cidade de Formosa do Rio Preto-BA. Os ladrões, na fuga, abandonaram um dos carros e atearam fogo ao mesmo, fugindo em um único carro, uma Caminhonete HILUX SRV verde, ano 2007. Acontece que logo após chegarmos à cidade de Mateiros, paramos em algumas pousadas para avaliar instalações e preços. Nesse momento, eles chegaram à cidade, perguntando qual o caminho para chegar em Ponte Alta do Tocantins e foram embora. Ficamos um olhando para a cara do outro, o que fazer agora? Os caras haviam ido exatamente na direção em que iríamos no dia seguinte. O nosso anfitrião, que era bastante apressado em nos dar notícias, coisa que logo o chamamos de “Tiago News”, pois a cada hora havia um plantão de novidades! E as notícias que chagaram não foram nada boas! Os caras haviam chegado em Ponte Alta e trocaram tiros com a polícia, pois encontraram-na já esperando. Com isso, eles pegaram o caminho de volta (de volta para onde estávamos!). Isso mesmo! Ficamos em pânico. Disseram ainda que dois integrantes do bando, na troca de tiros com a polícia, fugiram pro mato, e estavam soltos por lá. A cidade então se escondeu logo cedo. Começou a chegar todo tipo de polícia que podia haver dos Estados que estavam envolvidos, que era o PI, TO e BA. Além deles, estava chegando uma polícia chamada “polícia do cerrado”.  Segundo ele, uma polícia bastante ostensiva e atuante no ato de procurar criminosos numa área remota e de difícil acesso como o Cerrado Brasileiro! Imagina cruzar com uma blitz dessas no meio do deserto do Jalapão? Até explicar que éramos apenas turistas, já teríamos passado um bom susto. Bom, escondemos o nosso carro nos fundos da pousada e fomos dormir para aguardar notícias no dia seguinte, que não seriam nada animadoras!
No café-da-manhã, o Tiago, já trazia as notícias. Os caras realmente haviam retornado à nossa cidade e na entrada, trocaram tiros novamente com a polícia e entraram na cidade, abordaram uma casa de um morador em busca de comida. Abasteceram seus estômagos com o que conseguiram e voltaram na direção de Formosa do Rio Preto-BA. Havia agora outro problema para eles, seu combustível já devia estar nas últimas e eles precisariam trocar de carro ou abastecer. Decidimos que devíamos ir até a delegacia, onde fomos muito bem recebidos e devidamente orientados. Lá nos informaram que eles já haviam abandonado o carro a uns 20 km da Cidade de Mateiros e estavam nos matos. Disseram-nos também que era “tranqüilo” ir na direção oposta da deles, ou seja, ir para as Dunas. Dito isso, fechamos acordo que iríamos até as Dunas, mas infelizmente a Cachoeira da Velha, ficaria para outra, pois era já bem próxima a cidade de Ponte Alta e não gostaríamos de arriscar. Ufa, pelo menos um alívio momentâneo. Puxa vida, a gente vem de tão longe procurando paz numa área isolada como essa e ficamos presos no meio de ladrões? É muito azar!
Bom, pessoal o passeio paras as Dunas foi lindo. Embora o tempo não tenha ajudado, pois chovia bastante, assim fomos como podem ver nos vídeos abaixo.



Chegando lá, como sempre, pagamos a entrada (adivinhem o preço?) e caminhamos até as Dunas onde as fotos abaixo falam melhor e mais si mesmas.

Passamos todo o dia lá e voltamos na hora do almoço. Mas como não estava programado ir almoçar (nas cidades do Jalapão, não há comida pronta, pois não há demanda local, a não ser que você encomende) Como chegamos meio em cima da hora, nossa amiga Tia Rosa teve que dar um jeito, fazendo comida às pressas, no que ela chama de panela de “avexame” (panela de pressão).

Como já tínhamos decidido que nossa aventura no Jalapão já havia terminado e que no dia seguinte iríamos zarpar, aproveitamos o resto do dia para visitar o artesanato local com Capim Dourado, que é muito bonito, levando algumas lembrancinhas, ganhando alguns pontos com a “mulherada” que ficou em casa, né?!

A VOLTA
O dia seguinte amanheceu tenso para todos nós, afinal, iríamos passar pela “faixa de gaza” do Jalapão naquele momento. Como não podia deixar de ser, fomos até a delegacia para nos assuntar com a “volante” sobre as novidades e do nível de segurança que teríamos ao sair. Eles nos deram tranqüilidade para seguir viagem, orientando a “não dar carona” a ninguém que aparecesse. Carona? Nós? Imagina só!
Bem, daqui pra frente, vale a pena para mostrar como é a estrada e que é uma excelente alternativa para quem quer sair do Jalapão por Mateiros, em direção ao Leste, saído na divisa BA/PI, no entroncamento Coaceral/BR 135, como podem ver no mapa abaixo (no mapa ver o primeiro ponto e traçar uma linha reta para Formosa do Rio Preto e avaliar o que economizamos de chão. Se ampliar a imagem, verá as estradas carrocais marcadas).





Logo depois que acaba a estrada de cascalho e barro, entramos na área das fazendas de soja, onde aparecem várias piscinas de lama e atravessá-las leva tempo. Pegue informações nas fazendas ao longo do trecho para confirmar sua rota, mas em termos práticos, é o seguinte: se houver bifurcações, pegue sempre à direita. Subimos novamente uma pequena serra (nada comparada a subida da Serra da Aleluia) e depois de muito visual de soja, finalmente passamos pelo povoado de Coaceral e chegamos de volta ao “chão preto”, como eles chamam no Jalapão o asfalto. Daí, até a BR135 são apenas mais míseros 90 km bem esburacados. Daí em diante seguimos rumo 2ª parte do nosso passeio, que foi conhecer o Parque nacional da Serra da Capivara, em São Raimundo Nonato-PI, e como o objetivo desse blog era relatar o Jalapão, ficaremos por aqui. Aqueles que queiram mais informações, tanto do Parque nacional da Serra da Capivara, quanto do Jalapão, podem nos mandar e-mails que teremos o maior prazer em responder.

Um grande abraço a todos e obrigado por terem visitado nosso blog.

A estrada Inicialmente é muito boa, podendo imprimir velocidades acima de 70 km/h. Nós como estávamos fugindo/saindo da área de conflito, andamos um pouco amais que isso. Uns 80 km adiante, a estrada cai um pouco a qualidade, como podem ver nos vídeos abaixo.

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